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segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

O BREGA JURÍDICO II - A REVANCHE

Brega Jurídico II, a Revanche

O post do Brega Jurídico I causou polêmica. Muita gente me escreveu, outros até me ligaram. Alguns juízes chegaram a me confessar que estavam chateados, pois se sentiam bregas, já que usavam praticamente todas as expressões contidas no texto.

Na verdade, o brega jurídico não é um estilo de uma pessoa específica, senão de uma persona, no sentido grego, da máscara que usamos no mundo dos autos; da nossa afetação lingüística quando somos instados, nós, ‘operadores do direito’, a atuar no palco forense.

O brega jurídico é, em síntese, o papel social que desempenhamos, papel e representação que inclusive a própria sociedade cobra do bacharel. Persona do latim, ensinam os dicionários, tem conexão com a origem grega de prosopopéia, que, por sua vez, além do sentido de personificação, curiosamente, é também sinônimo de discurso empolado.

Mas tirando as máscaras, e despersonificando o discurso, brega mesmo é tentar ditar regras estilísticas a alguém. Brega é pensar que sabe mais do que os outros; brega, enfim, é não ter cuidado com a sensibilidade alheia, inclusive com a sensibilidade lingüística.

Tentando arrancar, assim, a nossa carapuça, brega somos todos nós e essa nossa linguagem judiciária, que ricocheteia, perdida, entre a retórica e a equidade, sem saber por onde escapulir.

Mas, por via das dúvidas, vamos continuar o nosso dicionariozinho do brega jurídico (confiram a lista do lado esquerdo do blog) esperando as contribuições dos leitores. Ridendo castigat mores (será que latim também é brega?).

6 comentários:

Anônimo disse...

Pepe, mais duas para o dicionário jurídico:

Peça de arranque e juiz de piso (Luis J J Ribeiro - Juiz no TRT 8ª Região)

Anônimo disse...

Caro Pepe,
envio duas que vi hoje, ao espachar, para o dicionário jurídico: (1)"Perlustrando os autos..."; (2) "documento no ventre dos autos".

Abs
Barbosa

Anônimo disse...

Meus dois cents:

"Declino à conspícua escrivania o presente encartado, com fincas ao dealbar nesta urbe do luculento arconte, que inaugura a comarca."

Despacho datado de 17 de maio de 2007 e assinado pelo juiz substituto Marcus Abreu de Magalhães, da recém-instalada comarca de Sonora (MS). A "prova do crime" está nesse link:
http://www.tj.ms.gov.br/cpo/search.do?cdForo=55&cbPesquisa=NUMPROC&dePesquisa=055060000052

RYASMIM disse...

olá pepe!
Conheci seu blog através de uma palestra no Congresso Internacional de Direito do Trabalho em São Luis-ma, no mês de Agosto. Achei teus textos muito interessantes,muito curiosos, com uma linguagem bem divertida, diferente. Muito bom mesmo! Queria parabenizá-lo!!!
Vou ser frequentadora assídua de tua página a partir de hoje!

Abraços!

Pepe Chaves disse...

Obrigado RYASMIM!!!!
fico muito feliz que vc. tenha gostado. Estou sem muito tempo para manter atualizado o blog.
Vamos seguir mantendo contato.
abraços
pepe

Anônimo disse...

Sim, provavelmente por isso e